08/02/2021 - São Paulo – Um cabo submarino de fibra óptica, ligando o Ceará a Portugal, ancorou na Praia do Futuro, em Fortaleza, em dezembro de 2020. De lá, segue viagem para pontos no Rio de Janeiro e em São Paulo. E depois para conexões na África e outros países europeus, passando por ilhas Atlântico (Cabo Verde, Madeira, Guiana Francesa). O trajeto é livre do monitoramento pelo Estados Unidos. E a instalação do cabo de 6 mil quilômetros de fibra ótica, que deve custar R$ 1 bilhão à empresa Ellalink, vai possibilitar o tráfego de dados a 72 terabits por segundo e latência de 60 milissegundos.
O cabo da Ellalink pode alcançar 5 mil quilômetros de profundidade em seu trajeto pelo mar. Ele vai substituir outro cabo, que liga a Europa ao Brasil, mas que passa pelos Estados Unidos, percorrendo o dobro da distância, 12 mil quilômetros. O cabo submarino de fibra ótica também deve dar suporte à chegada do 5G ao país. É provável que você já tenha ouvido falar de cabos submarinos, mas, você sabe como eles funcionam? Eles costumam ser utilizados em redes internacionais de telecomunicações para interligar países e continentes.
No Brasil, o sistema é utilizado para conectar toda a costa nacional. O primeiro cabo telegráfico submarino foi lançado em 1851 no canal de Dover. Logo em seguida, surgiu a ideia de criar uma rede que atravessasse o Atlântico e permitisse que a tecnologia fosse usada para interligar diferentes continentes. Depois disso, muitos outros cabos submarinos metálicos foram instalados, mas ainda eram usados apenas para a transmissão de mensagens telegráficas.
Do primeiro cabo submarino ao futuro
Foi necessário quase um século até a invenção do cabo submarino coaxial, em 1956. Com ele, tornou-se possível a comunicação entre vários indivíduos simultaneamente. Pouco mais de uma década depois, nos anos 1970, foram criados os cabos ópticos que estão em uso atualmente.
No Brasil, o primeiro cabo submarino foi inaugurado em 1857, ligando por telégrafo, o Rio de Janeiro e a cidade de Petrópolis. Em 1875, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, participou da organização e do financiamento da instalação do nosso primeiro cabo submarino internacional conectando o Brasil a Portugal. Atualmente, os cabos submarinos são de fibra óptica e transmitem informações digitais.
Todos os continentes, exceto a Antártida, são ligados por eles. A evolução fez o tempo de transmissão dos sinais, que antes era medido em minutos, cair para milissegundos com o uso da fibra óptica. O maior cabo óptico submarino do mundo tem 38 mil quilômetros de extensão e conecta 32 países do Sudeste Asiático, do Oriente Médio e da Europa. Com a instalação deste novo cabo submarino, o Brasil entra em uma nova era das comunicações instantâneas.
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